quarta-feira, 1 de abril de 2009

SORRISO SEM GRAÇA

Por Thiago Romariz



Ele foi um dos maiores jogadores que já vi jogar. Ninguém, em nenhuma época, fez o que ele fazia com a bola. Sua genialidade era diferente, artística, lúdica. Recheada de felicidade e descontração. Ronaldinho trazia consigo o verdadeiro significado de jogar futebol. A alegria. Estampado em seu sorriso peculiar, esse sentimento o fez ser o melhor jogador do mundo. Para mim, um dos maiores de todos os tempos. Desde sua derrocada no Barcelona, me negava admitir o fracasso de Ronaldinho. Estava na minha frente, mas não consegui enxergar.

Na temporada 2004/2005, Gaúcho fez sua última boa partida. Tenho saudade daqueles tempos. Aprendi a acreditar em um futebol fantástico e imprevisível. As quartas feiras de Champions League e os fins de semana com o campeonato espanhol tornaram-se eventos obrigatórios. Tudo mudou. A alegria desapareceu, durante um tempo, até o sorriso desapareceu. Hoje ele está de volta, sem o mesmo brilho, sem o mesmo encantamento.

Ronaldinho está a 3 anos longe de sua forma ideal. Durante 4 anos brindou o mundo com sua singularidade. Hoje não pode ser jogador de seleção, do Milan ou qualquer outro time do mundo. Atualmente Ronaldinho é como um ex-jogador, apoiado em seu curto passado glorioso. Pior ainda é constatar sua idade. Apenas 29 anos. Normalmente os grandes craques atingem seu apogeu nessa época, entre os 26 e 30, unindo experiência ao talento. Ronaldinho está longe disso. Se continuar assim, vai ser lembrado pelos poucos anos brilhantes atuando pelo Barça. Tomara que não. Tomara que tenhamos uma reviravolta, tal qual em 2002, e vejamos mais um Ronaldo ressucitar. Porém hoje a verdade é essa, Ronaldinho é um ex-jogador em atividade. Dessa vez eu e muitos outros, conseguimos enxergar.

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